quinta-feira, 28 de junho de 2012

É GREVE, É GREVE GERAL


UFAM NA PRAÇA





"ATENÇÃO: ÔNIBUS SAIRÁ DO ACAMPAMENTO ESTUDANTIL 13H ( NA SEDE DA ADUA, DO LADO DA TV UFAM). "


Professores, técnicos administrativos em educação e estudantes da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), em greve por tempo indeterminado, promovem nesta sexta-feira (29) a 1ª edição do “Ufam na Praça”. O evento será realizado no Largo Mestre Chico, na zona Sul de Manaus, no período das 16h às 22h. A programação é gratuita, aberta ao público e reúne palestras, oficinas, exposições, exibição de filmes, atrações musicais e serviços de saúde para a população.

O evento é a principal ação do calendário de atividades desta semana, aprovado pelo Comando Local de Greve (CLG). O "Ufam na Praça" é uma iniciativa que visa aproximar, cada vez mais, a universidade da sociedade e, ao mesmo tempo, fortalecer o movimento paredista em defesa da educação pública de qualidade, de acordo com o presidente da Associação dos Docentes da Ufam (Adua), Antônio Neto.

“A greve nacional, que começou em 17 de maio, cresceu e hoje atinge todo o setor de educação federal. A força deste movimento está no apoio declarado dos mais diversos segmentos, revelando que a sociedade não é indiferente à precariedade imposta à educação no país”, disse. Conforme dados do Comando Nacional de Greve (CNG), o movimento paredista já chegou a mais de 90% das universidades e institutos federais do país, “evidenciando a profundidade da crise estrutural que afeta o sistema federal de ensino superior no Brasil”.

Apesar do descaso do governo federal com a educação pública de qualidade, os professores das universidades não têm medido esforços, nesses últimos anos, para mantê-las em funcionamento. “Percebemos que grande parte da população não conhece a universidade pública que ela sustenta com seus impostos. Por isso, essa é uma oportunidade da sociedade conhecer parte do que a Ufam produz em termos de conhecimento, de pesquisa, de arte e de projetos voltados para a comunidade”, afirmou o professor Luiz Carlos Martins, integrante da comissão de Comunicação do CLG.

Programação

Quem quiser saber mais sobre o tripé ensino, pesquisa e extensão da Ufam poderá conferir a exposição que reunirá atividades desenvolvidas nas diversas áreas da ciência. Uso racional de medicamentos e aferição de glicose, gravidez na adolescência, química forense, socioeconomia e assessoria jurídica são algumas das ações programadas para esse espaço. A programação educativa também inclui palestras sobre o “Plano Nacional de Educação”, “Como interpretar textos” e “Como analisar um filme”.

Voz e violão com vários artistas locais, a partir das 17h, abrem a agenda cultural do evento, que inclui também as performances “Sombras e Traços” e “A Implosão da Mentira”, bem como flashmobs sobre educação. Além disso, serão exibidos e debatidos os documentários “Criança: A alma do negócio”, “A Selva na Selva”, “Direito achado na rua” e “Memória das greves”. O show da banda Tucumanos, previsto para iniciar as 20h, deve encerrar a programação musical.

Durante as seis horas de evento, estará disponível para a população uma espécie de “Tribuna Popular”, onde será possível manifestar ou não apoio à greve dos professores federais.


Fonte: Adua


Agenda:


PALCO/CORETO 

16h - Plano Nacional de Educação, Jac
17h-17h30min - show: voz e violão;
17h30min-17h45min - flashmob;
17h45-18h - show: voz e violão;
18h - 18h30min - performance de Sombras e Traços
18h30min-19h - show: 
voz e violão;19h - 19h30min - Perfomance a Implosão da Mentira;
19h - 19h30min - show: voz e violão;20h - 21h - Tucumanos


STANDS E BARRACAS

Núcleo de Sócio Economia – FCA
Conhecendo Doenças de Peixes - ICB
Prevenindo Gravidez na Adolescência - ICB
Química na Praça – ICE
Química Forense –ICE
Casa da Física – ICE
Gatos e cachorros – FACED
Pet Medicina – FCS
Projeto Alfa Medicina – FCS
Espaço ADUA – UFAM na Greve
Biologia na Praça – ICB
Movimento Estudantil na Praça – Comando dos alunos:assessoria jurídica;
Uso Racional de Medicamentos e Aferição de glicose – FCF
A Escola que Protege/Censo de Educação Infantil no Amazonas – FACE

BARRACA DO EXÉRCITO


16h - filme "Criança: A alma do negócio", 30min, seguido de 20min de debate (responsável prof. Amaral, Sociologia);
17h - palestra "Como interpretar textos", alunos de Letras e prof. Luiz Carlos Martins;
18h - filme "A Selva na Selva", de Luiz Carlos Martins e Paulo Cezar Freire, 55min;
19h - palestra "Como analisar um filme", grupo de estudos em Cinema, Psicanálise e Ideologia;
20h - filme "Direito achado na rua", 20min, seguido de 20min de debate (responsável prof. Davyd Spencer, Ciências Sociais;
20h40min - "Memória das greves", 35min, seguido de 20min de debate (responsável prof.Tomzé);


Bandas convidadas:

20h
1

                                              Tucumanus


21h


                                          SPH Rock and Roll



domingo, 24 de junho de 2012

Agenda Unificada de Greve

Segunda-feira (25)

14h – Assembleia Setorial do Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL);
15h – Reunião com a Pró-reitoria de Ensino de Graduação (PROEG) e os coordenadores do PARFOR, na sede da ADUA;
18h – Sarau de cordel, com o Comando de Greve dos Estudantes;
19h às 21h – Oficina de primeiros socorros, na sede da ADUA;

Terça-feira (26)

9h – Assembleia dos Técnicos Administrativos em Educação, no hall do Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL);
9h – Assembleia Setorial da Faculdade de Educação (FACED);


14h - Reunião sobre Pautas Estudantis
18h – Fórum de Servidores Federais, na sede da ADUA;
19h às 21h – Oficina de primeiros socorros, na sede da ADUA;

Quarta-feira (27)

9h – Assembleia Setorial da Faculdade de Educação (FACED);
14h - Reunião sobre Pautas Estudantins
15h – Assembleia Geral na sede Adua;
19h às 21h – Oficina de primeiros socorros, na sede da ADUA;

Quinta-feira (28)

14h - Reunião sobre Pautas estudantis
18h às 20h – Oficina de Dança de Salão ADUA;

Sexta-feira (29)


16h às 21h – “Ufam na Praça”.

Indignados enfrentam polícia no final da Marcha dos Povos


Doc: A Quarta Guerra Mundial


quinta-feira, 21 de junho de 2012

Acampamento Estudantil - 21/06/2012

Mais um dia de acampamento, um dia depois da Oficina de Dança que movimentou o esqueleto dos estudantes.

Pela manhã rolou uma reunião extraordinária do Comando Local de Greve (CLG) e foi aprovado o adiamento da atividade da manhã do Comando de Greve dos Estudantes (CGE), que seria com o Prof. Dr. Marcelo Seráfico.
A reunião teve como objetivo organizar a ação de divulgação da decisão política do CLG pela paralização de todas as atividades de Ensino, Pesquisa e Extensão na UFAM.
Os estudantes participaram da reunião e ao final o prédio da Reitoria foi visitado para que o documento fosse entregue e casa. E ao final do dia aconteceu Oficina de Bonecos.



terça-feira, 19 de junho de 2012

UFAM na praça

Neste momento professores e estudantes ocupam a Praça Heliodoro Balbi, juntamente com o Projeto Jaraqui para apresentar para a população de Manaus a situação em que se encontra a Universidade Federal do Amazonas (UFAM).
Com faixas, apitos e panfletos eles conversam com a população que tem se colocado ao lado do movimento grevista.
No Bosque da Resistência os técnicos em educação realizam plenária do movimento.






domingo, 17 de junho de 2012

Calendário 18 a 22 de junho


Calendário da Semana no ar, agora é só mobilizar. Represente-se e ajude a construir a educação pública, gratuita e de qualidade.






Na segunda-feira teremos a oficina e colagem de cartazes para reproduzir este calendário e espalhá-lo na universidade, depois o debate  "a Universidade que queremos"com a Profa. Dra. Rosa Helena Dias; o estudante de Ciências Sociais, Ítalo Lima; e o presidente do SINTESAM, Carlos Almeida. O dia será encerrado com o Sarau de Poesia, organizado pelo CECLA, com o tema "contos eróticos".

A terça-feira será de mobilização junto com os professores, em Ato na Praça. A tarde teremos o debate sobre Movimento Estudantil com os estudantes Leonardo Glória e Márcia Rebeca e o Presidente da ADUA, professor Antônio Neto.

Na quarta-feira teremos o debate "Mídia e Controle Social" com o Prof. Dr. Gilson Monteiro e a estudante de Comunicação Social, Tayara Wanderley. A tarde tem cine-greve com um documentário que servirá de base para a discussão da aula da quinta-feira e encerrando as atividades do dia, o acampamento estudantil receberá uma oficina de dança de salão com a estudante Aline Lima.

Oficina de bonecos com Paulo Mamulengo e aula com o Prof. Dr. Marcelo Seráfico serão as atividades da quinta-feira.

Na sexta-feira teremos aula com o Prof. Msc. Alexandre Cardoso, a reunião do Comando de Greve Estudantil e o Barzinho da Greve, iniciativa do Comando de Greve dos Professores.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Acampamento Estudantil - 15/06/2012


A noite anterior foi no mínimo tensa. Ainda sem dormir, e revoltados com as imagens gravadas na UNIFESP, os estudantes acampados iniciaram as atividades da manhã logo após o café-da-manhã com arrumação do acampamento. 


Pela tarde um grupo visitou o Pró-reitor, Francisco Benedito, da PROCOMUN com o intuito de resolver a situação dos ônibus que circulam dentro da universidade, para que cumpram os horários regulamentados em contrato, visto que a greve é de ocupação. O próprio Pró-Reitor concordou que o horário deva ser cumprido, tendo em vista que além da greve ser de ocupação, existem outras atividades dentro do campus, que são alheias a greve e que também necessitam do transporte coletivo.

O Pró-Reitor acertou com os estudantes que segunda-feira terá uma resposta para a solicitação.
Ainda pela parte da tarde houve a reunião do Comando de Greve Estudantil, com a apresentação dos informes dos últimos dias, avaliação do acampamento, o que incluiu a questão da segurança e a construção do calendário semanal. Alguns encaminhamentos da ordem organizacional e de calendários foram apresentados e a reunião foi encerrada com a chegada da visita de Paulo Mamulengo, que se prontificou a realizar uma oficina de bonecos no acampamento.
O dia foi encerrado com um momento de integração entre professores, técnicos e estudantes, dentro do Espaço Cultural - Bar da Greve, que acontece as sextas-feiras na ADUA. 
O acampamento continua crescendo. Traga sua barraca e junte-se a este movimento em defesa da educação pública de qualidade.


Fotos: Márcia Rebeca


quinta-feira, 14 de junho de 2012

Aula no Acampamento


O Comando de Greve Estudantil em parceria com o Comando Local de Greve dos Professores realizou hoje mais uma atividade no Acampamento Estudantil.

A aula "Foucault e a insurreição dos saberes sujeitados" foi ministrada pelo Prof. Msc. Luiz Fernando do Departamento de Ciências Sociais. A aula prevista para 45min, passou de uma hora e trinta minutos de duração, e foi de bastante participação os docentes e estudantes presentes.

O professor abordou o tema da aula, iniciando sobre o que é o poder e como ele está presente na sociedade na visão de Michel Foucault e fez um recorte com o momento da greve que as categorias vivenciam. "Os movimentos só tem sentido se não nos apaixonarmos pelo momento. O desafio é continuar lutando pela construção de um modelo diferente do que está posto, para que a lógica seja subvertida. É passado o momento, continuar construindo o projeto, neste caso, da universidade pública, gratuita, de qualidade e democrática", finalizou Fernando.

  





Ato Público 12 de Junho


quarta-feira, 13 de junho de 2012

Acampamento Estudantil - 13/06/2012



O terceiro dia do Acampamento Estudantil foi de muitas atividades. Pela manhã os estudantes acampados organizaram o espaço para receber os demais colegas para a atividade da tarde. A equipe de comunicação também trabalhou na produção dos vídeos das atividades passadas.
A programação do dia era Cine-debate em Manaus e em Parintins. Na capital, rolou a exibição do filme Germinal, e o debate ficou comprometido pelo problema da oscilação de energia elétrica no campus. Em Parintins a exibição começou no início da noite.

No fim da tarde os estudantes acampados receberam a visita do músico e compositor Nicolas Júnior que conversou com os presentes e falou um pouco sobre educação e sociedade. "Nós saímos da ditadura, mas não estamos totalmente livres. Vemos num momento como este pessoas reclamando da liberdade, pois ela veio sem estrutura. E mudar, melhorar isso é um processo lento", disse Nicolas ao grupo presente.


Amanhã a atividade é a aula do Prof. Luiz Fernando que falará sobre Foucault e a insurreição dos saberes sujeitados. Ótima oportunidade para se inteirar do debate da greve e participar.

Represente-se e seja parte da construção da educação pública, gratuita, de qualidade e democrática.



                                                                 







terça-feira, 12 de junho de 2012

Ato público agora!

A galera está indo neste momento para frente da UFAM para engrossar o caldo no ato público!

Vamos lá!

Estudantes da Ufam iniciam acampamento de greve


Estudantes da Ufam iniciam acampamento de greve
O Comando de Greve Estudantil (CGE), com o apoio da Associação dos Docentes da Ufam (Adua) e do Comando Local de Greve (CLG), abriu oficialmente, nesta segunda-feira (11), o acampamento em apoio à paralisação dos professores, nas redondezas da sede da seção sindical, no Campus Universitário.  

O objetivo dos acadêmicos é fixar um ponto dentro da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) para discutir e desenvolver ações ao longo da paralisação dos docentes - e dos técnicos administrativos em educação, que também começou nesta segunda -, deflagrada no último dia 17 de maio. “Queremos atrair os estudantes para construir conosco uma pauta de reivindicação estudantil e mostrar para a sociedade que estamos sem professor, sem sala de aula, entre outros problemas que comprometem o ensino”, disse o aluno de Ciências Sociais, Ítalo Lima. 

Assim como o CLG, o movimento estudantil possui um calendário de atividades durante a greve. Além da oficina permanente de confecção de cartazes, camisas e vídeos com temas ligados à educação e ao movimento paredista, as ações incluem aula ao ar livre, exibição de filmes, palestras e reuniões. Entre os destaques desta semana está o debate do longa-metragem “O Germinal” com as professoras do departamento de Língua Portuguesa, Nereide Santiago e Lileane Moura. O encontro será na quarta-feira, às 15h, na área do camping. “Todas as sextas-feiras, às 16h, haverá uma reunião para definir as ações estratégias da semana seguinte”, afirmou a estudante de Letras, Jeane Alves. 

A acadêmica ressalta que há regras no camping, definidas durante reunião realizada na última quarta-feira (6) com o CLG. Entre elas estão a organização do espaço, a preservação do patrimônio da Ufam e a proibição do uso de drogas e álcool. “Informamos oficialmente ao Comando, à prefeitura do Campus e à equipe de segurança da universidade, para reforçar a seriedade dessa atividade. Fizemos um ‘pré-acampamento’ durante o feriado, com a rotatividade de 30 pessoas, e foi bem tranquilo”, informou.

O acampamento estudantil é resultado de uma solicitação de 22 centros acadêmicos da Ufam, além de alunos de diferentes cursos, que enviaram, na última quarta-feira (6), um documento para solicitar o apoio do CLG e da Adua. “A mobilização dos estudantes ajuda a potencializar o nosso movimento grevista, além de ser uma ação democrática e que revela também o descontentamento deles”, disse o integrante da CLG, professor Tomzé Vale. 

Livres

O Comando Estudantil de Greve da Ufam é um movimento independente formado por estudantes de todos os cursos da universidade. Em todo o País, há 33 Comandos Estudantis de Greve que declararam apoio à greve dos professores federais. “Não estamos ligados ao DCE (Diretório Central dos Estudantes), a nenhum partido político ou entidade exterior à Ufam”, ressalta o estudante Ítalo Lima. Outras informações estão no blogwww.movimentaufam.blogspot.com.br

Fonte: Adua

Andifes cobra agilidade do MEC, diz reitora da Ufam


Andifes cobra agilidade do MEC, diz reitora da Ufam
Os 59 reitores das universidades federais brasileiras solicitaram ao Ministério da Educação (MEC) que acelere as negociações com os professores federais que estão em greve. O pedido ocorreu durante o “Seminário Andifes: Avaliação do Ensino Superior”, que ocorreu na última semana, em Brasília (DF). A informação pela reitora da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Márcia Perales, em reunião com integrantes do Comando Local de Greve (CLG), na manhã desta segunda-feira (11).

Durante o encontro, a reitora informou que os presentes no encontro da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) sinalizaram solidariedade à paralisação nacional dos docentes. “Nós, reitores, decidimos esperar a resposta do MEC sobre as próximas datas da negociação para manifestar formalmente nosso apoio à greve. De modo geral, é unânime afirmar que todos reconhecemos a pauta de reivindicação dos docentes”, disse. 

Em âmbito local, Márcia Perales reforçou que o diálogo entre os gestores da Ufam e o movimento paredista representa o caráter positivo da paralisação. “Realizar  manifestações pacíficas e debater usando bons argumentos, como têm acontecido, é uma forma democrática de se reivindicar“, afirmou. 

Fonte: Adua

GREVE GERAL NA EDUCAÇÃO!


Técnicos administrativos entram em greve

Os técnicos administrativos da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) decidiram suspender as suas atividades a partir desta segunda-feira (11). A greve da categoria é independente da paralisação dos professores da universidade por reivindicar melhorias específicas. Os trabalhadores iniciam o movimento paredista quase um mês após a deflagração da greve dos docentes da Ufam. A decisão foi acertada em Assembleia Geral realizada no hall do Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL), na última quarta-feira (6).

“A nossa paralisação não é apenas de apoio aos docentes, mas de luta pelas necessidades da nossa categoria”, disse o coordenador geral do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Superior do Estado do Amazonas (Sintesam) Carlos Almeida. Segundo ele, entre as reivindicações dos técnicos estão o ajuste salarial de 17%, calculando a inflação; a reposição dos aposentados e o fim da terceirização. 

O representante do Comando Local de Greve (CLG) dos professores, Alcimar Oliveira, discursou na AG dos técnicos.  “A terceirização é um problema grave, que afeta não apenas os docentes, mas também os técnicos, na última greve não paralisamos totalmente por causa disso, essa é uma das mil razoes para entrar em greve, não existe nenhuma para continuar as atividades”, discursou.  

Outro pleito dos técnicos é a revogação da lei, aprovada em 2011, que privatiza o gerenciamento dos hospitais universitários, transferindo esse poder da universidade para a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). “Uma das nossas reivindicações na última greve era justamente impedir que isso acontecesse, mas a mesma estratégia que o governo federal usou com os professores, utilizou com a gente, pediu a suspensão da greve para negociar e até hoje não abriu para negociação”, comentou Almeida. 

Fonte: Adua

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Represente-se!


Audiência debate a greve na CMM


A atividade da tarde desta segunda-feira foi a Audiência Pública realizada na Câmara Municipal de Manaus (CMM). A Audiência teve como objetivo reunir parlamentares, professores, técnicos e estudantes para debaterem sobre a greve nas Universidades Federais. O convite foi estendido aos Deputados Federais e Senadores, e nenhum compareceu.

O Comando Estudantil de Greve apresentou a Carta à Sociedade Amazonense, explicitando os motivos que levaram os estudantes a aderirem a greve.



Os estudantes que fizeram uso da palavra enfatizaram que a sociedade deve conhecer os problemas da universidade e que o momento da greve é ideal para que isto aconteça.


Amanhã o calendário da greve segue com o Ato e Vigília no Bosque da Resistência em Manaus e Assembléia Estudantil em Parintins.





Fotos: Márcia Rebeca e divulgação da ADUA

Chamada para acampamento estudantil na UFAM


A UFAM não parou nem no feriado dando espaço aos preparatórios do acampamento estudantil de greve. O Comando de greve estudantil realizou diversas atividades nesses últimos dias: oficina de cartazes, edição de vídeo, reuniões e demais atividades envolvidas em torno da greve.

As equipes de reportagem da rede CBN e Em tempo já estiveram no local para colher informações acerca do acampamento e a greve discente. No sábado foi realizada uma ação de arrecadação alimentos na Feira da Banana, que contou com a solidariedade de inúmeros feirantes que doaram todo tipo de alimentos para o acampamento.

Desde já agradecemos aos feirantes solidários e estamos juntos na luta por um amanhã melhor!


Traga tua barraca, tua ideia e participe das ações do comando de greve estudantil.

Ato na Faculdade de Medicina


Estiveram presentes estudantes dos cursos de: Biotecnologia, Biologia, Matemática, Engenharia Civil, Línguas Estrangeiras (Francesa e Inglesa), Letras Língua Portuguesa, Ciências Sociais, Pedagogia, História, Direito, Medicina, Geografia, Odontologia e Farmácia, dentre outros.

domingo, 10 de junho de 2012

A mobilização cresce

A greve é da Universidade Federal do Amazonas e já mostra a cara em outros campi além da capital. Os estudantes de Parintins, à 369 km de Manaus, já deliberaram greve em defesa da educação pública de qualidade.
O estudante do curso de Jornalismo, campi Parintins, Helder Mourão disse que os problemas que decorrem da greve não são culpa deste movimento. "A greve é consequência do descaso do governo com a educação. Paralisação, greve e movimentação são formas de reivindicar e acima de tudo, inteirar-se sobre os problemas. Hoje temos a noção de que aprendemos na greve coisas que não aprenderíamos em sala de aula", afirmou Helder.

As atividades acontecem nos espaços da Universidade e também em praças da cidade e vão desde às Assembleias que acontecem todas as terças-feiras, ao Sarau Revolucionário, atividade da sexta.








Carta Aberta à Sociedade Amazonense


Carta Aberta à Sociedade Amazonense

Os motivos pelos os quais levaram a comunidade acadêmica a se insurgirem contra a política vigente de desvalorização de educação são de ordem e natureza urgentes, a cuja sociedade amazonense não pode ser sonegada tais informações; Sob pena de a situação em que a Universidade Federal do Amazonas agravar-se! Caso os poderes legalmente constituídos não intervierem por meio de políticas públicas efetivas com o fim de socorrê-la de uma ambiência de precarização, esquecimento, desvalorização dos profissionais que nela labutam e de uma vergonhosa e triste falta de estrutura, à qual os alunos desta Instituição Federal de Ensino vêm resistindo para que ela não pare de funcionar. Razão pela qual o corpo discente desta Universidade declara que também está em greve, ao lado dos docentes e técnicos administrativos em educação.

Desta feita, nós, alunos da Universidade Federal do Amazonas, optamos não por uma greve solidaria à dos docentes e à dos técnicos,  mas sim por uma greve concomitante, haja vista que estamos irresignados com o quadro de profunda crise do qual somos vítimas, e a população enganada, por esta não saber o que in loco ocorre nesta Universidade, obrigando-nos a cientificá-la do desrespeito, intransigência e negligência por parte do Governo Federal perante esta situação; Contra qual nos mostramos indignados, relevando-se este o culpado de estarmos vivendo a maior greve da educação da história deste país. 

 COMANDO DE GREVE ESTUDANTIL 

sábado, 9 de junho de 2012

quarta-feira, 6 de junho de 2012

A aula está sendo na rua!



No dia 17/5, a Universidade Federal do Amazonas (UFAM) deflagrou a greve dos professores, que, entre outras reivindicações, pede um, não muito significativo, aumento salarial. No entanto, a greve propriamente dita não é o tema principal deste post (para mais informações sobre a greve acesse aqui).

O que realmente nos interessa aqui, neste post, é a adesão dos universitários de diversos cursos à greve dos professores. Os alunos são diretamente afetados pela falta das aulas, e por este motivo muitos são contra a greve. Porém, eu, aluna universitária, deveria pensar apenas no meu próprio umbigo, no meu atraso do período, nas férias ou entrega de monografia, deixando que outros lutem sozinhos por melhores condições para o ensino superior público? Alguns, infelizmente poucos, estão mostrando o contrário, que a luta é de todos, a construção de uma universidade democrática, livre, igualitária e justa é conjunta. É pensando nisso, que alunos de Pedagogia, Ciências Sociais, História, Geografia, Serviço Social, Medicina, Letras, Língua Portuguesa, Comunicação, Línguas e Literatura, Biblioteconomia, Biologia e até alguns setores da Faculdade de Direito, o único curso que insiste em “furar a greve”, se reuniram em um Comando de Greve Estudantil. Movimento que surgiu de reuniões dos Centros Acadêmicos do ICHL (Instituto de Ciências Humanas e Letras) e FACED (Faculdade de Educação). Os Centros Acadêmicos se reuniam para discutir necessidades conjuntas, no entanto, com a greve deflagrada, as discussões mudaram de rumo, focando-se apenas para uma discussão aprofundada sobre a greve e suas reivindicações.

O PETCOM conversou com o estudante de Ciências Sociais, Ítalo Siqueira, que faz parte do Comando de Greve Estudantil, e ele afirmou que a participação dos universitários é importante no apoio da reestruturação da carreira docente, que, segundo ele, “vem sendo desmantelada desde sua conquista na época da redemocratização”. Alega também que professores motivados a dar aulas serão mais dedicados à universidade e o trabalho nela deixará de ser um “bico”, um trabalho desgastante, realizado apenas para acrescentar na sua renda. Além de que o país passa por um momento político, onde a conjuntura nacional, que Ítalo destaca o sucateamento das IFES contrariando a propaganda feita pelo governo do Reuni (Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais) idealizado pelo Governo Federal para expansão da educação superior, que tem como principal objetivo ampliar o acesso e a permanência no ensino superior. Momento, que o estudante classifica como propício, para a construção de uma pauta local e nacional de reinvindicação, como as bandeiras de luta históricas do movimento estudantil.


Ontem, 4/6 (terça), mais de 500 estudantes ocuparam as principais ruas da cidade em apoio à greve dos professores e em prol de melhorias da educação. Com tambores, panelas, apitos, nariz de palhaço, caras pintadas e vestidos de branco, caminharam pelas avenidas Boulevard, Djalma Batista, Pará e Maceió. Nas mãos seguravam cartazes que diziam: “Dilma, a culpa é sua, hoje a aula é na rua!”“Dilma, o que aconteceu? Cadê aquele aumento que você me prometeu?”, “Brasil: o país com os políticos mais caros e professores mais baratos!”“O povo pensou, o povo decidiu: ou melhora a educação ou paramos o Brasil!”“Se você acha que a educação é cara, experimente a ignorância”. O ato foi organizado pelo Movimento de Greve Estudantil com o convite do Centro Acadêmico de Medicina e encerrou com um ato simbólico, um abraço nas faculdades de Medicina, Odontologia e no Hospital Universitário Getúlio Vargas, que ficam no mesmo quarteirão.


Confira mais algumas fotos da manifestação logo abaixo, na nossa galeria.
 Galeria

terça-feira, 5 de junho de 2012

E no dia de luta em brasília..

Uma caravana nacional foi organizada para o dia de luta nacional dos estudantes universitários.
E foi dada apenas cobertura para o confronto... todo resto foi omitido.

Confira a reportagem do Jornal Hoje

domingo, 3 de junho de 2012

Algo de novo no reino das Universidades Federais?

 São muitas vezes surpreendentes os caminhos que levam a movimentos coletivos como as greves. Quem poderia prever que depois de sete anos sem qualquer greve nacional unificada as Instituições Federais de Ensino Superior viveriam uma nova greve nacional, e com tanta força que recebeu em poucos dias a adesão dos(as) docentes de 44 instituições, incluindo praticamente todas as que foram criadas nesses últimos anos e a maior parte das grandes federais mais antigas, como a UFRJ, UFF, UNIRIO e UFRRJ (para ficar no exemplo das do Rio de Janeiro)?Quem poderia dizer que nas novas instituições e nos novos campi das antigas, fruto do tão propagandeado processo de expansão formatado pelas regras do REUNI, surgiriam os setores docentes e discentes mais mobilizados para esse enfrentamento? Como imaginar que até naquelas instituições em que surgiu e implantou-se uma representação docente de caráter oficialista – o PROIFES –, cujo objetivo evidente é conter as lutas da categoria, fossem ressurgir movimentos autônomos das(os) docentes, convocando assembléias, contrariando direções pelegas e construindo também lá a mobilização (e ao que parece, em breve, a greve)? Quem apostaria que nas Instituições Federais de Ensino Superior, que por certo forneceram muitos votos ao atual governo federal na expectativa de manutenção da política de expansão e dos reajustes salariais anuais, tão forte e resoluta fosse a adesão a um movimento acusado pelo governo e os governistas de ser fruto de uma mera manipulação política de setores oposicionistas? A dinâmica dos conflitos sociais nos reserva surpresas, mas não nos dispensa de compreendê-las. Por que uma greve tão forte emergiu nestes últimos dias?
Para entendê-lo, é necessário reconhecer que a pauta do movimento, curta e direta, representa de fato uma forte insatisfação. A pauta: uma reestruturação da carreira docente e a melhoria das condições de trabalho. Sobre a carreira, a questão é simples: após 25 anos de aprovação do Plano Único que passou a reger a carreira docente, em 1987, sucessivas políticas salariais para a Universidade depreciaram e desestruturaram a carreira.
O que se reivindica é, basicamente, uma única linha de vencimento nos contracheques (com a incorporação das gratificações e o entendimento do percentual de titulação como parte do vencimento), com 13 níveis, steps (percentuais entre os níveis) de 5%, acesso interno à carreira ao nível de Professor Titular, com paridade entre ativos e aposentados e isonomia entre professores(as) da carreira do magistério superior e da carreira de ensino básico, técnico e tecnológico.
O piso para professor com jornada de 20 horas no início da carreira seria de R$ 2.329,35 (um salário mínimo do DIEESE, calculado com base nas necessidades mínimas de um trabalhador e sua família, conforme dita a Constituição). O governo acena com uma carreira mais desequilibrada em termos salariais, com um piso baixíssimo e promoções atreladas a critérios produtivistas, visando diferenciar um pequeno contingente melhor remunerado (por projetos e pela atuação em pós-graduações) e uma imensa maioria de docentes sobrecarregados com a elevação da carga de trabalho em salas de aulas de graduação. Já quanto às condições de trabalho, cinco anos após o início do REUNI, as instituições federais criaram centenas de novos cursos e ampliaram em dezenas de milhares as suas vagas de ingresso discente.
O governo, entretanto, não garantiu até agora nem mesmo o relativamente (à ampliação das matrículas) pequeno número de concursos públicos para docentes com o qual se comprometeu em 2007. As obras de expansão carecem de verbas para sua complementação, gerando ausência de laboratórios, bibliotecas e salas de aula nas novas unidades, assim como superlotação nas antigas. Some-se a isso a enorme deficiência no campo da assistência estudantil, cada vez mais necessária na medida em que, entre os novos estudantes, tendem ingressar contingentes cada vez maiores de trabalhadores(as) e filhos(as) de trabalhadores(as), sem condições de arcar com os custos de transporte, moradia, alimentação e material didático minimamente necessários para a vida universitária.
A greve pode ter colhido a muitos(as) de surpresa, mas está longe de ser um fenômeno de difícil explicação. Professores e professoras (e estudantes que aderem ao movimento em muitas universidades) optaram por esse instrumento de luta porque estão conscientes de sua necessidade diante da deterioração de sua carreira e das condições de trabalho. E perceberam que ou freiam agora o desmonte, ou serão arrastados ao fundo do poço em poucos anos.
Greve?
Tão logo a greve foi anunciada, surgiram de imediato combatentes anti-greve no interior das universidades. Seus argumentos não são novos para quem já viveu outros processos grevistas. Vale rebatê-los apenas para relembrar aspectos do passado recente das lutas em defesa da Universidade Pública que podem escapar àqueles(as) que  a elas se integraram nos últimos anos.
Greves paralisam só as graduações e prejudicam apenas os estudantes de graduação? Tal argumento foi usado principalmente a partir dos anos 2000, quando a pressão das agências financiadoras/avaliadoras sobre as pós-graduações para cumprirem metas produtivistas gerou um núcleo de docentes que assumiu internamente (ou como membros de comitês das agências) o papel de feitores da produtividade coletiva, alardeando o pânico dos prazos e metas ante qualquer rumor de questionamento.
As greves tradicionalmente pararam aulas de graduações e pós e podem continuar a fazê-lo. Prejudicam os estudantes? Momentaneamente prejudicam estudantes, professores e técnico-administrativos que as fazem, é óbvio, mas significam justamente o sacrifício de um calendário regular de atividades (com os prejuízos materiais e pessoais que isso pode representar) em nome de um projeto maior de Universidade Pública.
Assim evitamos a cobrança das mensalidades, com a greve de 1982; garantimos os direitos dos professores precariamente contratados ao longo da ditadura, com as greves da primeira metade dos anos 1980; conquistamos a isonomia entre instituições fundacionais e autárquicas e a carreira docente, com a greve de 1987; descongelamos as vagas para concursos docentes, com a greve de 2001; barramos ou derrubamos diversas propostas e práticas desastrosas para o caráter público e a qualidade do trabalho universitário (projeto GERES; propostas de “regulamentação” da autonomia; efeitos da reforma do Estado; carreira de “emprego público”; gratificações produtivistas, quebras de isonomia e paridade etc.); e preservamos minimamente os salários (que ainda assim perderam muito do seu valor de compra ao longo dos anos).
Estivemos longe de fazer greves meramente corporativistas, pois sempre pautamos a garantia da qualidade do trabalho de ensino, pesquisa e extensão nas universidades, o que foi sempre reconhecido pelos(as) estudantes, muitas vezes com greves conjuntas, como a que já ocorre agora em diversas universidades. Seriam os(as) estudantes tolos(as), que apóiam algo que lhes prejudica tanto assim? Ou o discurso que os vitimiza em relação à greve é apenas uma artimanha de desqualificação do movimento e da consciência estudantil?
Desqualificar as mobilizações de trabalhadores e de estudantes, qualificando-as como produto de minorias e forças “estranhas” (partidos, sindicatos, intenções políticas oposicionistas) ao corpo social – universitário neste caso –, é, aliás, uma das estratégias recorrentes nos argumentos anti-greve dos setores conservadores. Um recurso retórico em tudo congruente com a longa trajetória de desqualificação da população trabalhadora pelo discurso das classes dominantes, que no Brasil sempre apontaram as “ideologias alienígenas” (anarquistas, comunistas, sindicalistas, ou o que seja) como responsáveis pelas perturbações à ordem, através da “manipulação” de grupos tomados como “massas de manobra”, enquanto a maioria do “povo” – “ordeiro e pacífico” (claro!) – assistiu a tudo indiferente, quando não “bestializado”.
Teriam tanta força nas Universidades Federais dois ou três partidos de oposição de esquerda ao governo, que juntos somaram cerca de 1% na última eleição, para manipularem segundo seus interesses políticos dezenas de milhares de docentes? São as(os) docentes universitárias(os) tão parvos assim? E as(os) estudantes também? Se o Sindicato Nacional é tão carente de representatividade, por que reúne um contingente tão significativo de associados em suas sessões sindicais? Por que assembléias supostamente “ilegítimas” reúnem cada uma centenas de professores(as), que trocam informações, avaliam a situação, discutem e se posicionam coletivamente?
Por certo que o questionamento à legitimidade vem sempre acompanhado de tentativas de profecias auto-realizáveis: “não vou à assembléia porque ela é ilegítima e tem pouca participação” (e não indo, contribui-se para fazer menor a participação e assim argüir sua legitimidade). O que vem muitas vezes acompanhado de uma fala ainda mais auto-centrada de questionamento dos espaços coletivos de deliberação, não por cercearem a palavra, mas por aprovarem posturas contrárias às do indivíduo que questiona: “Já fui muito, mas desisti, pois o espaço é antidemocrático, já que toda vez que falei contra a greve perdi as votações”.
Há argumentos mais falaciosos, como o de que as greves não geram resultado algum ou que esvaziam a universidade dificultando o debate e a mobilização, ou ainda que docentes recebem seus salários quando fazem greve. Difícil tomá-los como simples fruto de diferentes visões políticas, pois falseiam a realidade. A história das greves docentes está sendo cada vez mais pesquisada e diversos trabalhos acadêmicos já fizeram o balanço e avaliaram a importância desses movimentos nas últimas três décadas. Um quadro sintético dos resultados das greves nas Instituições Federais pode ser consultado em http://www.sedufsm.org.br/index.php?secao=greve. As greves sempre potencializaram o debate – interno às Universidade e público – sobre as políticas para o ensino superior no país e parar a atividade universitária é o único meio de garantir mobilizações multitudinárias nas ruas.
Que debate sobre o ensino superior estão fazendo os anti-greve em suas aulas cotidianas? De que mobilizações em defesa da Universidade Pública estão participando enquanto dão suas aulas? Já quanto aos salários, não seria absurdo que o direito de greve fosse respeitado e os salários pagos, mas todos(as) se lembram de como em diversas greves que ultrapassaram um mês de duração os salários foram cortados (cuidado! O governo corta os salários de todo mundo, inclusive dos(as) que continuam dando aulas!), como na greve de 2001, em que dois meses foram sucessivamente cortados e só pagos depois que as mobilizações da greve arrancaram decisões judiciais favoráveis em meio a “guerras de liminares”.
Não é difícil entender as motivações dos(as) que se propõem a furar uma greve (fura-greves pode ser um “conceito nativo” com conotação negativa, como pelego, mas é compartilhado por todos os estudiosos dos fenômenos grevistas nas Ciências Humanas e Sociais, porque corresponde ao que expressa). Em alguns casos, acomodam-se a – e reproduzem – determinadas situações de poder; em outros, estão por demais enredados em mecanismos de apropriação privada de recursos através da Universidade Pública (como cursos pagos e consultorias); algumas vezes apenas estão aferrados à defesa do governo de “seu” partido. Outras vezes, um pouco de tudo isso está presente.
Fazer a greve
As respostas mais significativas aos anti-greve sempre foram construídas pelos próprios movimentos e seus resultados objetivos. Não se trata de docentes que não aprenderam com as lições do passado, mas de deliberada retomada de argumentos desgastados para marcar posição e construir a rede de reverberação interna às arengas conservadoras tradicionais dos governos e da mídia. No entanto, greves fortes e participativas, como está se desenhando desde o começo, atropelam sem maiores problemas tais tentativas de deslegitimação da luta coletiva.
Não há como prever os resultados finais da greve, mas desde já se podem perceber algumas conquistas significativas. Docentes e estudantes que ingressaram nos últimos tempos nas universidades participam ativamente de um movimento coletivo e sentem-se parte de uma comunidade universitária que pode sim atuar unida em torno de pautas comuns. No reino do individualismo, da concorrência e do produtivismo, ouve-se um coro de vozes falando como uma só, fazendo ecoar cantos de solidariedade, dignidade, coletividade e consciência de classe.
Nessa toada – de uma greve apoiada pela maioria da categoria, dada a justiça de suas reivindicações, e que ganha do apoio à adesão dos estudantes pelo aspecto da defesa da Universidade Pública e da qualidade do ensino –, estamos diante da construção de um movimento suficientemente forte para gerar repercussão pública, apoio social e, com essas condições, dobrar o governo e garantir ganhos efetivos. Transformar esse potencial em realidade é o que nos cabe a partir de agora.
Nota:
O Reuni é um programa de expansão, instituído em 2007 por decreto pelo governo Lula da Silva, que previa (mas não garantia) um pequeno aporte de novos recursos para investimentos nas universidades federais e alguns concursos para novos docentes em troca da expansão de vagas/matrículas/cursos para estudantes em até o dobro das existentes, cumprimento de metas de produtividade (elevação da relação professor-aluno e do percentual de formados entre os ingressantes) e a conversão dos novos cursos superiores num modelo de formação mais rápida, em dois ou três anos e sem habilitação profissional precisa.

retirado de: Comando de Greve UFU
                    Correio da Cidadania
                     

Marcelo Badaró Mattos é professor do departamento de História da Universidade Federal Fluminense (UFF)