"Na contra-mão de tudo temos defendido! E 10% do PIB para educação pública!"
"Educação não é mercadoria!"
FLÁVIA FOREQUE
DE BRASÍLIA
O relator do PNE (Plano Nacional de Educação), deputado federal Angelo
Vanhoni (PT-PR), afirmou nesta quarta-feira que não vê necessidade de
uma reserva de 10% do PIB (Produto Interno Bruto) para investimentos em
educação. Ele reconheceu, no entanto, que uma nova rodada de conversas
será feita com o governo na tentativa de se chegar a um consenso sobre o
índice.
A definição do percentual é o principal ponto de impasse para a votação
da matéria em comissão especial da Câmara dos Deputados, criada no ano
passado para debater o assunto. "Eu acho que os 7,5% são suficientes
para enfrentar os problemas estruturantes da educação brasileira. A
bandeira dos 10% é muito mais política", disse o petista.
Encaminhado ao congresso no final de 2010, o plano original previa a
elevação do investimento público de forma a atingir, até 2020, o
percentual de 7% do PIB. O relator da matéria elevou o índice para 7,5%,
mas entidades do setor pressionam por uma reserva de 10% para a
educação. O índice atual de investimento é de cerca de 5% do PIB.
NEGOCIAÇÃO
Diante do impasse, Vanhoni reconheceu que uma nova discussão deverá ser
feita com autoridades do governo para debater o assunto. O tema, disse,
já foi levado ao Ministério da Educação e à Secretaria de Relações
Institucionais.
"Estamos esperando até semana que vem para que nos deem um retorno.
(...) Para consolidar uma saída para o impasse, estamos solicitando mais
uma rodada de negociações", disse.
O PNE deve ser votado apenas no próximo mês. O texto pode seguir
diretamente para o Senado Federal --a matéria pode ir ao plenário da
Câmara caso isso seja solicitado pelos deputados. O plano estabelece 20
metas, além de estratégias, para a educação na próxima década.
Retirado de : Folha.com
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