quarta-feira, 6 de junho de 2012

A aula está sendo na rua!



No dia 17/5, a Universidade Federal do Amazonas (UFAM) deflagrou a greve dos professores, que, entre outras reivindicações, pede um, não muito significativo, aumento salarial. No entanto, a greve propriamente dita não é o tema principal deste post (para mais informações sobre a greve acesse aqui).

O que realmente nos interessa aqui, neste post, é a adesão dos universitários de diversos cursos à greve dos professores. Os alunos são diretamente afetados pela falta das aulas, e por este motivo muitos são contra a greve. Porém, eu, aluna universitária, deveria pensar apenas no meu próprio umbigo, no meu atraso do período, nas férias ou entrega de monografia, deixando que outros lutem sozinhos por melhores condições para o ensino superior público? Alguns, infelizmente poucos, estão mostrando o contrário, que a luta é de todos, a construção de uma universidade democrática, livre, igualitária e justa é conjunta. É pensando nisso, que alunos de Pedagogia, Ciências Sociais, História, Geografia, Serviço Social, Medicina, Letras, Língua Portuguesa, Comunicação, Línguas e Literatura, Biblioteconomia, Biologia e até alguns setores da Faculdade de Direito, o único curso que insiste em “furar a greve”, se reuniram em um Comando de Greve Estudantil. Movimento que surgiu de reuniões dos Centros Acadêmicos do ICHL (Instituto de Ciências Humanas e Letras) e FACED (Faculdade de Educação). Os Centros Acadêmicos se reuniam para discutir necessidades conjuntas, no entanto, com a greve deflagrada, as discussões mudaram de rumo, focando-se apenas para uma discussão aprofundada sobre a greve e suas reivindicações.

O PETCOM conversou com o estudante de Ciências Sociais, Ítalo Siqueira, que faz parte do Comando de Greve Estudantil, e ele afirmou que a participação dos universitários é importante no apoio da reestruturação da carreira docente, que, segundo ele, “vem sendo desmantelada desde sua conquista na época da redemocratização”. Alega também que professores motivados a dar aulas serão mais dedicados à universidade e o trabalho nela deixará de ser um “bico”, um trabalho desgastante, realizado apenas para acrescentar na sua renda. Além de que o país passa por um momento político, onde a conjuntura nacional, que Ítalo destaca o sucateamento das IFES contrariando a propaganda feita pelo governo do Reuni (Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais) idealizado pelo Governo Federal para expansão da educação superior, que tem como principal objetivo ampliar o acesso e a permanência no ensino superior. Momento, que o estudante classifica como propício, para a construção de uma pauta local e nacional de reinvindicação, como as bandeiras de luta históricas do movimento estudantil.


Ontem, 4/6 (terça), mais de 500 estudantes ocuparam as principais ruas da cidade em apoio à greve dos professores e em prol de melhorias da educação. Com tambores, panelas, apitos, nariz de palhaço, caras pintadas e vestidos de branco, caminharam pelas avenidas Boulevard, Djalma Batista, Pará e Maceió. Nas mãos seguravam cartazes que diziam: “Dilma, a culpa é sua, hoje a aula é na rua!”“Dilma, o que aconteceu? Cadê aquele aumento que você me prometeu?”, “Brasil: o país com os políticos mais caros e professores mais baratos!”“O povo pensou, o povo decidiu: ou melhora a educação ou paramos o Brasil!”“Se você acha que a educação é cara, experimente a ignorância”. O ato foi organizado pelo Movimento de Greve Estudantil com o convite do Centro Acadêmico de Medicina e encerrou com um ato simbólico, um abraço nas faculdades de Medicina, Odontologia e no Hospital Universitário Getúlio Vargas, que ficam no mesmo quarteirão.


Confira mais algumas fotos da manifestação logo abaixo, na nossa galeria.
 Galeria

Um comentário:

  1. É daí que sairão os candidatos "da juventude" a Vereador, ao comando do DCE-UFAM e até mesmo à UNE? Já é um bom início para uma carreira política promissora.

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